quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Livros para ler com os pés no mar


Depois de um ano mergulhado no mais profundo sedentarismo nada sabe melhor do que ir para a praia, local propício à prática do desporto, e levar um livro ou vários. Assim sendo ficam algumas das sugestões de leitura para vários gostos e tendências.
Férias é sinónimo de viagem, daí que a coleção de literatura de viagens, da Tinta da China e coordenada pelo jornalista Carlos Vaz Marques, seja uma escolha mais do que acertada. Dos títulos já disponíveis destaco a chegada tardia às traduções portugueses de um grande escritor, Brendan Behan e o seu “Nova Iorque”. Este boémio, que viveu e escreveu mergulhado em litros de álcool, faz um retrato apaixonante da cidade que nunca dorme e que se pode sintetizar numa das suas frases emblemáticas: “Depois de ter estado em Nova Iorque qualquer pessoa que regresse a casa dar-se-á conta de que o seu lugar de origem é bastante escuro". Nesta mesma coleção saiu, recentemente, o único livro de não ficção de Agatha Christie “Na Síria”.
Saltando para o universo do romance, a primeira sugestão de fôlego vai para “Por favor não matem a cotovia”, de Harper Lee. Este romance, que valeu à autora o Pulitzer, é a história de uma América marcada pelas divisões Norte/Sul, contada pelos olhos de uma menina que vai acompanhar o julgamento de um negro acusado ter supostamente violado uma rapariga branca. A comemorar os 50 anos da sua edição, este romance dá a conhecer uma América pós-grande depressão que encontra muitos pontos de contacto com os dias de hoje.
Outro romance de fôlego a merecer atenção, sobretudo para quem gosta de universos mais racionais, é “O escriturário indiano”, de David Leavitt. Também ele passado na primeira metade do século XX, este romance conta a história de um génio matemático indiano que resolve um problema quase impossível e é convidado a viajar até Inglaterra, onde se vai envolver em tramas de inveja e amor. Estando nós no verão, nada melhor do que ler sobre o verão, para o caso “Três Verãos”, de Julia Glass. Esta história sobre as venturas e desencontros da família escocesa McLeod valeu a Glass o National Book Award. 
Para leitores mais avessos a grossos volumes, há sempre a possibilidade de aproveitar para ler o segundo romance de Chico Buarque, “Benjamim”. Reeditado pela D Quixote, este romance conta a história e obsessões de um ex-modelo fotográfico revelando um talento que se confirmaria em “Budapeste” e “Leite derramado”.
Fecho com um livro bom para ler no verão, o livro que inspirou a criadora da série “Sexo e a Cidade”, falo de “O grupo”, de Mary MacCarthy. Neste livro acompanhamos um grupo de várias jovens, em plenos anos 30 e numa das mais elitistas universidades americanas. O amor, o sexo, o trabalho, enfim o quotidiano destas oito mulheres é a matéria prima para um sem número de aventuras femininas.
No campo da literatura histórica e fantástica a sugestão só poderia ir para um dos autores clássicos, Marion Zimmer Bradley e “A espada de Avalon”. Depois do sucesso de “Brumas de Avalon”, este romance fecha o ciclo, contando o que se passou antes desse romance mítico e de que forma Mykantor tomou contacto com a famosa espada Excalibur.
Um dos livros mais incatalogáveis deste ano tem a chancela da Quetzal e chama-se “O livro dos prazeres inúteis”, de Tom Hodgkinson e Dan Kieran. “O prazer inútil é também amigo do ambiente. Não há nada que seja menos prejudicial ao ambiente do que não fazer nada. Deitar-se no campo a olhar para o céu pode ser um ato curativo do planeta”, garantem os autores de uma pérola do bem viver. 
Termino com a sugestão de um ensaio, chama-se “Vergílio Ferreira – o excesso da arte num professor por defeito”, de Maria Almira Soares. Este ensaio, que pesa a importância da escola e da sua atividade como professor na obra e vice-versa, foi o vencedor do Prémio Literário Vergílio Ferreira. Perceber como o rigor do professor se ligava com a imaginação do escritor é um desafio que a autora conduz com muita inteligência. Um livro que sai no excato momento em que a obra o do escritor é reeditada e acaba de sair um romance inédito.
Estas são algumas das sugestões para umas tardes de verão bem passadas á beira-mar.

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