segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"Os Subterrâneos da Liberdade"
Jorge Amado
D Quixote

Durante muitos anos, literatura brasileira foi sinónimo de Jorge Amado. Capaz de conquistar leitores no meio intelectual, assim como chegar às grandes massas, Amado acabou por servir de tampão a muita outra grande literatura brasileira.
As adaptações dos seus romances à telenovela, então em ascensão, fez dele o baluarte de uma certa literatura de cor local.
Muitos portugueses acreditavam que o Brasil era só o Brasil baiano de Jorge Amado, o Brasil de Gabriela, de Dona Flor ou da quente Tieta do agreste.
O facto é que a literatura brasileira é mais larga do que essa imagem quase caricatural, e a obra de Amado também é muit mais do que esses romances “anovelados”.
Muitos acabaram por encontrar um outro Amado, um escritor mais político e interventor. A filiação à esquerda, nunca escondida, foi descoberta em obras como os “Capitães da Areia”. Mas essa obra emblemática fica muito longe dos três volumes que a D. Quixote, em boa hora, agora publica intitulados “Subterrâneos da Liberdade”.
Caindo na tentação de dizer uma heresia, estes três livros são um equivalente ao “Tempo e o Vento” de Érico Veíssimo.
Amado descreve a luta de um país contra a ditadura de Getúlio Vargas, como se instala um poder, que sendo velho, se intitula “Novo”. Este é um belo romance paraperceber como Portugal e Brasil são mais irmãos do que, por pura ignorância, imaginamos.

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